terça-feira, 26 de maio de 2009

Fazendo cocô!!


Já se refez da notícia de ontem?
Então senta que lá vem história...
As pessoas que têm perda anal, em geral têm uma fragilidade da musculatura dos esfíncteres anais.
Ou seja, uma torneira meio frouxa, que nem acontece em algumas perdas urinárias.
Na verdade, são dois tipos de torneira no ânus (na bexiga também), o esfíncter interno, cujo controle é involuntário, e o externo, com controle voluntário.
As fezes ficam acumuladas no trecho final do intestino, que se chama sigmóide, bem de boa.
Após uma refeição, prá caber no intestino a turma nova que vem prá ser digerida, a gente tem um reflexo chamado de gastrocólico, que faz com que as fezes desçam prá porção que fica logo acima do ânus, a ampola retal.
Chegando lá, o esfíncter interno dá uma relaxadinha e a gente logo tem vontade de evacuar.
Se nós vamos atender a esse apelo irresistível do corpitcho, beleza.
É só estar preparado, no vaso sanitário, e relaxar voluntariamente o esfíncter externo que as fezes saem.
Sem precisar fazer força.
Mas, se a gente num pode/quer fazer isso naquela hora, então damos uma seguradinha, apertando o ânus e, em cerca de dois minutos, o esfíncter interno se contrai novamente e o bagulho fica por ali.
Só que ali num é lugar de ficar muito tempo, concorda?
O espaço não é grande, a água das fezes vai sendo absorvida prá acomodar melhor e... o cocô fica ressecado, num formato redondo.
E mais difícil de sair.
Comeu de novo? Começa a ladainha novamente, pois seu corpo quer se livrar daquele resíduo que está lá na fila, esperando.
Capturou por que num se deve adiar a evacuação?
Deu vontade, vá ao banheiro.
Senão, da próxima vez será bem menos agradável.
P.S. Imagens do Google

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O número dois

Agora vou dar um tempo na perda urinária e falar um tico da perda anal.
Sim, o correto é incontinência anal, pois as pessoas podem perder gases ou fezes pelo ânus, capturou?
Quer dizer que uma simples perda de gases pode ser problema???
Pode sim, e pode indicar também o início do problema.
Só prá você ter uma idéia, existem alguns índices para se avaliar a Incontinência anal, que são utilizados internacionalmente.
Eu utilizo e gosto muito deste do quadro abaixo, porque contempla uma avaliação da qualidade de vida e também porque foi feito por um cirurgião brasileiro.
Dê uma espiada prá ter uma idéia e faça a sua avaliação, se for o seu caso:

Índice de Incontinência Anal (Jorge; Wexner, 1993)










Ok, ok, depois dessa você vai precisar de um tempo prá pensar no assunto, pois deve ter ficado um tanto trapaiado(a) com a novidade. Enquanto você matuta por aí, eu dou os retoques finais no post de amanhã, no qual pretendo explicar como tudo isso acontece, tá bão? Beijoconas,

P.S. Imagens do Google

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Também tem novidade prás muiés...

Imagine que eu num ia arrumar uma novidade prá nós, nénão?!
Lógico que sim.
Afinal de contas, eu sou um daqueles espécimes do sexo feminino que tem satisfação e prazer em ter nascido mulher.
E, de verdade, sabe que só vejo coisas boas nisso??
Mas vamos ao que interessa, a tal novidade, que de novidade num tem nada, chama-se pessário vaginal.
Sim, num tem nadica de nada de novo, pois existem relatos interessantes sobre o seu uso, quer ver?
Os pesquisadores Flood e Hanson escreveram em um estudo de 2003 que esse é “um dos mais antigos dispositivos usados na Medicina, através dos séculos”; segundo Miller (1991) um cara chamado Aurelius Cornelius Celsius descreveu o seu uso em 27 a.C. em “De Medicina” e, prá terminar, o seu uso foi descrito também em um papiro datado de 1500 a.C., de acordo com outro estudioso chamado Deger , em 1993.
É mole, ou quer mais?
Sim, se você chegou até aqui, merece muito mais.
Os tais pessários vaginais são dispositivos (acho tão chic esse nome!!) confeccionados para serem introduzidos na vagina, e que servem para dar uma maior sustentação aos órgãos pélvicos da mulher.
Confeccionados em plástico, látex ou silicone, veja como eles são:








Pois bem, eles funcionam assim: a mulher que tem uma queda ou prolapso nos órgãos internos (bexiga, útero), pode ter perda urinária por causa disso. É que muda o ponto de pressão na torneira da bexiga, ficando numa área de musculatura mais frágil, sacou?
Daí o pessário, depois de colocado, reposiciona esses órgãos, dando uma apertadinha na torneira, o tal esfíncter.
Óia que interessante:
Eu não diria que é simplesinho usar o pessário, mas não é nenhum dramalhão.
Os tais só são indicados para aquelas mulheres que não querem ou não podem fazer a cirurgia para arrumar o que despencou. E como temos hoje um tantão de alternativas de técnica cirúrgica para isso, os pessários ficaram esquecidos pelos profissionais.
E agora, com o aumento de idosos no mundo, essa moda tá voltando.
Para utilizar um desses, a mulher tem que ser avaliada por um médico, que irá discutir com ela todas as possibilidades de tratamento primeiro, combinado?
Só então o profissional vai medir o comprimento da vagina, ver direitinho como estão posicionados os órgãos internos, medir o diâmetro do colo do útero e decidir qual o melhor tipo para o seu caso.
Então será feita a orientação de uso e higiene do produto, algumas sessões de adaptação e treino e... pimba!!!!
Basta colocar de manhã e tirar de noite. Fazer a higiene do pessário e repetir tudo no dia seguinte.
Não incomoda, não dói e, se tudo for feito adequadamente, o risco de complicações é baixo.
Ah, num dá prá usar quando estiver menstruada, viu?
Enfim, essa é uma “velhidade” prá você pensar.
Quem sabe num pode ser bem legal prá você também?
Então, um monte de beijoconas e até mais,

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Uma novidade!!!

Eitcha, que hoje eu vou contar uma coisa bem interessante prá você que tem aquela bexiga que fica contraindo-se e perdendo urina o tempo todo, mesmo sem fazer força abdominal.
Lembra que eu falei ontem sobre a tal toxina botulínica para o tratamento da incontinência urinária?
Pois é, o uso dessa toxina já está sendo feito com sucesso em vários países, e já foi aprovado pela ANVISA, no Brasil.
Sim, aquela mesma que se usa prá deixar o rosto esticadinho, e que se usa também para tratar a espasticidade em pessoas com problemas neurológicos.
O princípio é o seguinte: a toxina botulínica causa a paralisia das fibras musculares, onde for aplicada.
Se for no rosto, os músculos diminuem a contração, e a ruga fica lisinha.
Na bexiga, ela “acalma” a danada, que passa a contrair apenas na medida e hora certa.
Mas, prá que isso aconteça, o médico tem que fazer as aplicações examinando tudo direitinho pelo cistoscópio, o aparelhinho que permite que ele veja lá dentro.
Tudo isso sob analgesia, prá não sentir dor.
E de cateter vesical, a tal sonda de Foley, prá monitorar o enchimento da danada.
Em alguns casos pode haver algum sangramento, e a pessoa fica sob observação por algumas horas e, se estiver tudo bem, será liberada no mesmo dia.
Logicamente que a aplicação tem que ser repetida a cada 8 ou 10 meses, dependendo do caso, mas a garantia de ficar sem aquelas perdas incômodas até que vale a pena, num acha?!
Alguns convênios já estão liberando esse procedimento e pagando o uso do produto, sempre depois de uma solicitação bem documentada, através de exames prévios.
O SUS ainda não cobre esse tratamento, mas nós vamos aguardar e torcer prá que isso aconteça em breve.
É que as pessoas com bexiga hiperativa e aquelas com hiperreflexia detrusora (bexiga que se contrai muito) por lesões neurológicas podem se beneficiar demais com essa alternativa.
Bem legal isso, né?
Então, ‘bora batalhar prá que isso aconteça logo, nénão?
Beijoconas,

E tem remédio???

Continuando a prosa de tratamentos para incontinência urinária, vou falar do uso de medicamentos prá resolver o assunto.
Sim, tem várias opções para os vários tipos de incontinência.
Mas, para uma avaliação adequada, vá ao seu urologista (isso já virou bordão!) que fará o tal exame urodinâmico prá saber com detalhes como (não) funciona sua bexiga, certo?
Os caboclos que têm dificuldade prá urinar contam com duas opções:
* os agentes colinérgicos, que estimulam a contração da bexiga
* os alfa-bloqueadores, que afrouxam a torneira.

Já os peões que sofrem de mijo solto têm um tantão delas:
* os agentes anti-colinérgicos, que estimulam a contração da bexiga (lógico, é o contrário do outro, nénão?)
* os bloqueadores beta-adrenérgicos, que dão uma força extra na torneira
* os inibidores seletivos da recaptação da serotonina (nome lindo!!) e os inibidores da atividade dos receptores beta-adrenérgicos (outro nome maravilhoso!!), que agem dando um relax na bexiga
* os estimuladores alfa-adrenérgicos, que também dão um tapa na torneira
* a toxina botulínica, que reduz as contrações da bexiga (desse eu vou falar mais no próximo post)
* os estrógenos, hormônios que estimulam a produção de colágeno e elastina, que são aqueles que dão mais tônus na musculatura das partes baixas.

Ufa, quanto nome lindo, né, gente?
Claro que eu botei aqui o nome do princípio ativo das drogas, pois o mercado nacional tem cada dia mais opções à venda de todos eles, e não cabia ficar falando disso.
O que importa, de verdade, é que você saiba que tem muitas alternativas, caso não se adapte na primeira tentativa.
E também, a minha intenção é oferecer a você umas dicas prá sair que nem doido pesquisando cada um deles na internet, e depois correr prá infernizar a equipe que cuida de você, cheio de pose de quem já sabe tudo...
Em suma, tá feita a sacanagem do dia...
Agora é com você!!!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tomo antibiótico???

Essa é uma dúvida realmente complicada para aquelas pessoas que tem resíduo urinário constantemente.
Sim, porque para todas as outras, ou seja, a maioria da população, infecção de trato urinário (ITU) deve sim ser tratada com antimicrobianos, os tais antibióticos.
Com ou sem sintomas, se der positivo o exame de urocultura, certamente o médico irá prescrever tais remédios.
Já no caso das pessoas com resíduo urinário por bexiga neurogênica, a coisa funciona um pouco diferente.
É que a bexiga dessas pessoas costuma desenvolver mecanismos de redução de danos para funcionar normalmente com a presença constante de bactérias na sua superfície, o que nós chamamos de colonização.
Essas bactérias são mais ou menos como um pessoal que resolveu invadir um espaço que achou favorável prá viver.
Isso porque a urina represada constantemente é um prato e tanto prá essas danadas.
Nesse caso a bexiga fica mais grossa, com uma pele interna mais espessa, prá impedir que as bactérias avancem prá dentro das células.
Mas, se o caboclo ficar com a resistência imunológica diminuída, coisa que acontece de vez em quando com qualquer um, as bactérias ficam se achando e partem pro ataque.
Ou melhor, pulam prá dentro das células e invadem geral.
A essa invasão dentro das células e que implica numa resposta efetiva do corpo, damos o nome de infecção.
A resposta do corpo vem na forma de febre, ardor para urinar, mudança no cheiro e na cor da urina, dor no pé da barriga, dificuldade prá urinar, sangue, pus, e por aí vai...
O nome dessa resposta é sintoma.
Mas agora vamos voltar lá pro caso das pessoas com resíduo urinário, e entender melhor o que acontece.
Essa tal urina que sempre sobra, alimenta as bactérias de um só tipo de família: Escherichia coli, Enteroccocus fecalis, Proteus Sp, etc.
Nomes lindos os delas, num acha?
Pois só vive um tipo de família lá dentro. E vive sempre lá, na boa. Comendo os restos do xixi preso.
Felizes. E sem causar doença nenhuma.
Que nem elas vivem na nossa boca, nos ajudando na quebra dos alimentos que comemos.
E, no caso da boca, se a gente fizer a limpeza adequada depois das refeições (escovação e fio dental), num resta muita comida prá elas, então elas se controlam, não se reproduzem demais e não causam danos, ficando na superfície.
Pois nessas bexigas acontece a mesmíssima coisa.
Se o peão tirar o resto de urina que ficou lá dentro depois de uma xixizada, usando o cateterismo intermitente, fica tudo mais fácil.
Só sobra um tiquinho de comida e as bactérias, que não são bobas nem nada, ficam de boa, namorando e se reproduzindo de forma controlada.
Só botam as manguinhas de fora quando o cabra ficar com resistência baixa.
E é facinho de perceber, pois aparecem aqueles sintomas todos, desequilibrando a vida do marmanjo.
Nessas horas, a primeira coisa a fazer é aumentar a ingestão de líquidos e também o número de cateterismos diários.
Sim, prá lavar a bexiga, de cima prá baixo, sacou?
Em seguida, procurar o seu urologista prá fazer o exame de cultura de urina com antibiograma, que é aquele teste que mostra a quais antibióticos as suas bactérias podem responder, e a quais deles elas já estão resistentes.
Enquanto o exame num fica pronto (uns 3 a 4 dias), a dica é falar com seu médico sobre a possibilidade de usar um antisséptico urinário, que funciona mais ou menos como um detergente na bexiga, e pode ajudar bastante.
E, quando o resultado do exame pintar, seu médico decidirá qual remédio deve te prescrever.
Em muitos casos, só com essas primeiras medidas, se tomadas rapidinho, a infecção pode se resolver.
Com isso, evita-se o uso indiscriminado de medicamentos que foram desenvolvidos para serem usados com critério, sempre sob orientação médica, correto?
E você escapa dos efeitos colaterais que todos os medicamentos apresentam.
Num é uma boa idéia?
Então pense nisso da próxima vez.
E, prá encerrar, uma dica muito interessante: percebeu que a pessoa que tem resíduo sempre tem a sua família de bactérias morando dentro da bexiga?
Pois bem, por isso mesmo é que o cateterismo intermitente, que eu já falei lá embaixo, pode ser feito de forma limpa e em casa.
Porque se você levar lá prá dentro algumas bactérias, elas serão certamente “jantadas” pela turma que mora lá dentro.
Na maior.
Mas não abuse. Quanto mais higiênico for o seu procedimento, mais garantido prá você, saca?!
E agora chega.
Um bom findi, que a semana foi pesadona, e eu pretendo descansar bem legal.

Tamo quase...

Gente, há 13 anos eu batalho para conseguir implementar a distribuição gratuita e regular de catéteres vesicais para as pessoas que fazem cateterismo intermitente aqui em Sorocity.
Isso tá na lei, como você pode ler num dos primeiros posts, lá embaixo.
Só em Ribeirão Preto isso já é feito sistematicamente, e foi organizado por uma amigona minha, que lutou outro tantão de anos por isso.
Agora nós estamos tão perto, mas tão perto de conseguir isso, que eu nem consigo pensar em outra coisa.
O cabra vai ser avaliado no Ambulatório, aprende a fazer o dito cujo e depois será inscrito no programa, juntos com os estomizados, para fazer sua retirada mensal de material.
Num é lindo?
Melhor do que isso, é a garantia dos direitos constitucionais das pessoas com incontinência urinária por sequela de lesões neurológicas.
E o cateter num será pouca bosta, não.
Será um produto pré-lubrificado, hipoalergênico, estéril, atóxico e de uso único.
Simplesmente demais.
Seu santo é forte?
Então, venha junto comigo.
Vamos torcer para que as pessoas que batem o martelo façam isso com sua consciência.
Porque dinheiro público na saúde é para isso: proporcionar qualidade de vida para quem perdeu suas funções vitais.
E tenho a certeza de que passagem aérea prá família de deputado passear nas Zoropa não está nessa lista.
Assim, 'bora rezar prá dar certo, moçada!!!
Beijoconas,

terça-feira, 12 de maio de 2009

Eles também??

Sabe aquele papo de tossir e urinar perna abaixo?
Pois é, não é exclusividade só das mulheres, não!!
Os homens, embora protegidos pela anatomia, podem apresentar o mesmo problema após uma cirurgia de retirada de próstata, a prostatectomia radical.
Então vamos por partes.
Sabemos que uma boa parte dos homens têm chance de apresentar câncer de próstata após os 60 anos, cerca de um sexto deles.
É um número significativo, por isso existem tantas campanhas no mundo todo buscando orientar a todos para a detecção precoce.
Depois do diagnóstico, são diversas as alternativas de tratamento: cirurgia, hormonioterapia, quimioterapia, radioterapia.
Cada caso é um caso e sempre deve ser discutido com o urologista.
Para aqueles que optam pela retirada da próstata, sempre deve ser colocada a possibilidade de ficar com alguma perda de urina ou ainda, com disfunção erétil, a paumolescência...
Nem todos têm essas seqüelas pós-operatórias, tudo varia de acordo com a técnica cirúrgica, o tamanho e as características do tumor, a habilidade do cirurgião, as condições físicas do paciente, entre outras coisas.
Mas a possibilidade existe e, diante de um câncer, a maioria dos homens não vacila: pode operar, doutor!!
Cirurgia feita, PSA perto de zero, o peão volta todo lampeiro pro consultório querendo ficar nos trinques.
Nada mais justo, né?
Aí começa o nosso trabalho: exercícios para fortalecimento da musculatura do períneo podem contribuir bastante para resolver a mijação infernal. E quanto mais precocemente se iniciar esse cuidado, melhor o prognóstico.
Esses exercícios são parte do tratamento, que pode ser favorecido com eletroestimulação e biofeedback, coisas das quais falarei com detalhes mais prá frente.
Mas adianto que tudo isso serve prá deixar os músculos das partes bem bombados, fortinhos.
Aqueles que não têm essa opção e perderam parte da musculatura da “torneira mijativa”, acabam tendo que usar aqueles dispositivos que eu já falei aqui.
E tem vários que melhoram com o tempo, pois a perda da musculatura não foi tão importante.
De novo, cada um é um caso.
Qual é o seu?
Seja qual for, vá atrás das terapias de reabilitação. Com certeza haverá um bom profissional perto de você, disposto a contribuir para a melhora da sua qualidade de vida.
Afinal de contas, você merece, nénão??!!!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fez força... urinou!!!

Pois é, agora vamos começar a falar de alguns tipos de perda urinária que podemos encontrar por aí.
A incontinência urinária de esforço é isso mesmo: tossiu/espirrou/fez força abdominal... perde-se um tanto de urina.
Pode ser um tiquinho, quando é no começo, ou um tantão, quando a perda está avançada.
Muito mais comum nas mulheres do que nos homens, está relacionada a vários fatores: obesidade, problemas pulmonares, partos complicados, constipação intestinal (prisão de ventre ou intestino preso), muitas gestações, cirurgias pélvicas, atividade física de alto impacto, e por aí vai...
Na verdade, tudo isso resume um problema só, a flacidez dos músculos do períneo, que ajudam a sustentar a bexiga, o útero e todos os órgãos que estão no nosso abdômen.
E a anatomia feminina tem alguns complicadores, lembra disso, né?
É que a gente tem lá embaixo, três orifícios: uretra, vagina e ânus; enquanto que os homens têm só dois: uretra (caninho que passa dentro do pênis e que é bem mais protegido pelo design) e ânus.
Ou seja, quando a gente faz uma força a mais com a barriga, temos três buraquinhos que, se não estiverem bem “calçados” podem servir de porta de saída do que tem dentro da pelve.
Estar bem calçado significa ter músculos fortes.
Algum dia você já fez exercícios prá fortalecer esses músculos?
Aposto que não.
E se a mulher não herdou dos seus antepassados uns músculos bem bacanas que nem a Madonna, daí qualquer forcinha já pode botar tudo prá baixo, com mais facilidade.
Ou seja, a herança genética também pode ajudar ou atrapalhar...
Sabe aquela sua tia bonachona e engraçada que, cada vez que ouve uma piada boa, ri de se arregaçar, e sai correndo pro banheiro?
Pode ser que ela perca urina, nessas ocasiões...
Mas isso tem tratamento, e o resultado pode ser excelente, se a pessoa cuidar desde o comecinho.
São exercícios específicos para o períneo, que devem ser feitos com a ajuda de um profissional (ói eu aqui de novo... eba!!), em uma sequência adequada, além de mexer um pouquinho nos hábitos urinários.
Ah, regularizar o intestino é fundamental nesses casos, também.
Para aqueles casos mais adiantados, tem cirurgia, que hoje já é bem menos complicada, e que dá excelentes resultados. Basta procurar um urologista, que poderá fazer a orientação adequada.
E sobre os tais exercícios, eu prometo que falo mais... só que outro dia!!!
É que eu vou viajar, prá dar um beijão bem gordão na minha mãe... e quero arrumar as malas!!!
Então, um ótimo findi procê, um super dia das mães, e até segunda, tá?!!!!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O exame uro...dinâmico

Agora chega de falar de alternativas, vou voltar um tiquinho na incontinência urinária, como já comentei no segundo post.
Para um diagnóstico mais apurado é fundamental que a pessoa seja submetida a alguns exames e, dentre eles, o exame urodinâmico é considerado “padrão ouro”.
Muitas pessoas que já fizeram o danado lembram com um certo pesar daquele dia fatídico.
Então vamos fuçar um pouco nisso.
Tudo começa com um bom preparo e, para isso, toda orientação ao caboclo é bem vinda.
A primeira etapa é chamada de Urofluxometria, que nada mais é do que um estudo, num gráfico, do fluxo do xixi. Isso mesmo, um desenho da mijada...
Com isso já se pode analisar se há alguma obstrução para a saída da urina, se o xixi é demorado demais, se é lento, se sai facinho ou com dificuldade e mais outros detalhes.
Basta que a pessoa esteja com a bexiga cheia e tenha vontade de urinar. Daí ela se dirige à sala de exame, é orientada a fazer seu xixi sentada (ou de pé, depende do hábito ou da condição de cada um), sem ninguém por perto. O examinador programa tudo e sai da sala, prá pessoa ficar bem à vontade e ter um resultado com o mínimo de interferência.
Até aí tá fácil, né?
Depois disso, vem a parte chata: coloca-se um cateter vesical (sonda) dos mais fininhos na bexiga do peão, e um outro no ânus.
Sim, lá mesmo, coração. E esse tem um balão na ponta, que será preenchido com água.
Toda essa parafernália é fixada com adesivos e o cabra (ou a cabrita) volta prá tal cadeira onde tudo será conectado no aparelho.
É tanto caninho, fio e sensor, que quem olha pensa que se trata de um enfeite natalino.
Tá bom, tá bom, falta um tanto de brilho e uns piscas, eu concordo...
Pensou que tava tudo pronto? Que nada, agora é que vai começar a brincadeira.
A bexiga será preenchida com soro fisiológico (água com sal) através do cateter, bem devagar.
E o examinador vai registrando tudo o que achar conveniente, pois isso simula o enchimento da bexiga pela urina que escoa pelos ureteres, capturou?
Quando a vontade de urinar ficar fortona, interrompe-se o fluxo do soro e a pessoa é orientada a urinar.
Percebeu o drama? Fazer xixi na frente de alguém (ou alguéns!), com sonda na bexiga, outra no ânus, vestido com uma camisolona medonha, e ainda de pé?
É de desequilibrar o juízo, fala sério!!!
E quanto mais à vontade a pessoa fica, melhor o desempenho do exame.
Sim, porque nesse caso, o mais importante não são os números que se vê nos gráficos e sim, a forma como os eventos se dão: as perdas que podem ocorrer, quando surge o primeiro desejo de urinar, quando o desejo fica apertadão, e por aí vai.
E a gente fica lá, atenta aos resultados e ainda preocupada com o desconforto do paciente.
Sacou como a coisa toda é tensa?
Pois dois desses num dia deixam a gente com a cabeça quente, principalmente dependendo do que se encontra, das condições do doente, de dores e complicações.
Mas com um exame desses bem feito, pode-se avaliar exatamente como funcionam a bexiga, a torneira e ainda um prognóstico da função renal todinha.
Num é bacana?
Pode ficar ainda melhor se a pessoa for bem orientada, todos puderem se manter calmos e colaborativos, e houver alguma descontração no ambiente.
Sim, porque a habilidade de levar esses momentos difíceis com bom humor, com certeza faz até das experiências menos agradáveis, bons momentos de aprendizado.
Para todos.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A pele... foi pro saco!!!

A presença de urina em contato com a pele, ainda que por pouco tempo, dependendo da sensibilidade do peão, poderá causar desconforto e lesões, além daquele cheiro de, digamos... mijo!
Essa é uma das grandes preocupações das pessoas com incontinência, e que merece toda a nossa atenção.
Antes de mais nada, a higiene das partes deve ser feita na proporção das perdas, com água morna (se estiver frio, claro!) e sabonete líquido de glicerina.
Essa é a melhor opção, pois esse produto é o que tem o pH mais adequado ao da pele, que é ácido.
Em geral, uma a duas vezes ao dia tá mais do que bom.
No caso de ter que fazer outras faxinas, pode usar apenas água ou ainda um lenço umedecido, daqueles que se compra por aí, mas sem esfregar demais a pele.
Se você é das pessoas que têm pele mais sensíveis ou já tem alguma irritação ou descamação, o uso de um creme/loção barreira é indicado.
São produtos que, quando aplicados, formam uma película protetora bastante eficiente, que impede o contato do xixi com a pele.
Linda, essa tal de tecnologia, num acha?!
Esses produtos sempre devem ser indicados por um especialista (eu, por exemplo, que tal????), que irá avaliar o que melhor se aplica em cada caso.
Outra coisa a ser pensada é o ambiente em que fica a pessoa, quando ela está acamada.
Sim, pois chegar num lugar com aquele cheiro é de lascar...
E muitas vezes, pelo fato de terem se habituado à presença constante do xixi nas roupas, as pessoas se acostumam com o aroma...
Que nem a gente quando exagera no perfume e entra no elevador, achando que tá abafando!!!
Daí, o uso de tecidos impermeabilizados (isso é bem facinho de se fazer em casa), pode ajudar a manter a pessoa numa cama mais seca, e a limpeza das roupas de cama será mais tranquila.
Vale lembrar que o ambiente também pode ficar muito mais cheirosinho se a família utilizar um controlador de odores, desses que tem aos montes no mercado.
Num é demais a gente poder ficar num quarto bem cuidado, cheirosinho e arejado?
Deu até vontade de te visitar, só prá gente falar besteira juntos!
Se prometer que passa um café no coador de pano, ainda que num tenha bolinhos, eu vou mesmo...
Inté,

domingo, 3 de maio de 2009

E mais outra, pros zomes... de novo!

Pois é, nós mulheres, por conta da anatomia temos bem menos alternativas na contenção da perda urinária.
É que aquele equipamento deles é mesmo duca, nénão?
Literalmente!!!
Então vamos falar hoje do clamp peniano.
Sim, é como um clip, com um desenho bacaninha, que serve apenas para aqueles que perdem pequenas quantidades de urina.
Dê uma espiada nas imagens, prá ter uma idéia.
Eles podem ser feitos de plástico flexível, silicone ou aço inoxidável com espuma almofadada e alguns têm um velcro prá fechar.
O caboclo instala o danado no pênis e faz uma leve pressão prá fechar.
Leve mesmo, porque senão pode causar interrupção do fluxo sanguíneo.
Fique aqui registrado que esse clamp só é indicado para os zomes que têm sensibilidade nas partes baixas.
Os demais correm muito risco ao usar essa alternativa.
Daí essa ligeira pressão faz um fechamento auxiliar na uretra, que é o caninho da urina que fica dentro do pênis, e ajuda a segurar aquelas gotinhas que teimam em escapar, de vez em quando.
Nem todos os zomes aderem ao clamp mas, aqueles que superam as primeiras dificuldades de adaptação, relatam que é bastante confortável e prático.
Quando der vontade de urinar, é só soltar o velcro, tirar o clamp, empunhar a ferramenta e... fazer xixi.
E na roupa fica bem discreto, num dá bandeira não.
Ao contrário, rola até um volume um titico maior, sem denotar que tem algo estranho na parada, e que pode muito bem melhorar a cotação do cidadão na bolsa feminina...
Ok, ok, depois dessa dica, a empresa vai arrebentar de vender.
Tomara que possa servir prá você e, caso isso ocorra, me conte, viu?
Vou ficar feliz por saber!!!!
Beijoconas,
P.S. As imagens são do Google, de novo...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mais uma alternativa



Você já ouviu falar de “uripen”?
Essa é uma opção interessante para os homens que perdem urina e não querem/podem usar absorventes.
Mas o nome correto é “cateter/dispositivo uretral externo masculino”, e uripen é apenas o nome da marca de uma das opções do mercado.
Esse equipamento é como um preservativo com a ponta prolongada, mais fina e furada (putz, perdeu a função!!!) que deve ser adaptado a um caninho com uma bolsa que fica presa na perna.
Assim, a urina que escapa vai direto prá bolsa, que comporta cerca de uns 350ml, e que deve ter uma válvula de drenagem embaixo.
Encheu a bolsa? Corra prá um banheiro, esvazie a danada e volte prá cerveja!!!!!
O bagulho todo é tão discreto que, com essas bermudas que os homens usam hoje, das pernas largas, tudo pode ser ajeitado sem dar pinta.
Um conforto só, principalmente se a opção do caboclo for pelo produto que é de silicone e auto-adesivo.
É que algumas pessoas têm alergia ao látex, material mais comum de se encontrar por aí.
E fixar o dispositivo no pênis com fitas adesivas, para quem tem a sensibilidade diminuída pode ser um grande risco.
Não são poucos os homens que desenvolvem lesões de pele severas, ou até isquemia no pênis por apertar demais o dispositivo.
Os de silicone ou látex distendem caso o cidadão fique mais animado (oba!!!!), sem apertar e nem causar danos.
Vai sair prá tomar umas canas, azarar a muierada, ou pegar um cineminha?
Essa alternativa é bem legal e evita problemas, além de poder ficar por 24h, ou até o próximo banho.
Ou ainda para o sono, quando é bem menos inconveniente que os absorventes.
Mas, se você faz cateterismo vesical intermitente limpo durante o dia (de noite não precisa, certo?), daí esqueça o tal dispositivo, pois sai bem mais caro ficar trocando a cada vez.
Antes que eu me esqueça, a maioria das marcas tem cinco opções de tamanho e, antes da aquisição, o cristão mede o calibre do documento com um medidor de papel.
Essas medidas variam de 20mm a 40mm de diâmetro. Tá bão, nénão?!
Gostou da sugestão?
‘Bora ajustar o seu, prá tomar aquelas canjibrinas todas com os amigos, pois esse findi é prolongado.
E eu só volto na segunda...
Beijoconas,